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terça-feira, 11 de outubro de 2011

INTRODUÇÃO AO SEMINÁRIO SOBRE O ATO DE ESTUDAR E A LEITURA NA UNIVERSIDADE




Senhores e Senhoras universitários, temos o desvelo de dar início a esta atividade da maior relevância cognitiva.
O ato de estudar e a leitura na universidade são partes complementares de uma atividade didática que mobiliza estratégias, atitudes, técnicas e concepções que garantem o sucesso da vida acadêmica. O grande segredo está em compreender que estudar e ler são atos cognoscitivos que podem ser aprendidos, praticados e desenvolvidos ao longo do período em que se realiza universidade, como também durante a vida profissional, através da produção intelectual que lhe é peculiar e da participação em eventos científicos inerentes à necessidade de atualização dos conhecimentos específicos de cada área.
O Seminário é o evento mais utilizado para a sistematização de conhecimento nas universidades e, neste caso, tem por objetivo prático conhecer as características e procedimentos próprios deste tipo de apresentação de estudos e como objetivo didático a apresentação das sínteses dos textos básicos estudados em sala de aula e pesquisas complementares, de modo a ressaltar os conceitos, idéias e doutrinas relevantes. Por esse motivo é que na fase preparatória deste evento se partiu do estudo do que se constitui um trabalho de grupo na universidade. Dentro das Diretrizes gerais de preparação do evento, criou-se um modelo de seminário compatível com o nível da etapa que se vivencia no curso e sistematizou-se a apresentação das sub-temáticas de modo que se preservasse tempo para apresentação de cada grupo de estudiosos e os debates sobre as questões inerentes a cada estudo.
Assim, fazemos desse momento de estudo, uma oportunidade de repensarmos a leitura como fator preponderante na ampliação e aprofundamento cultural, fonte inesgotável de troca de idéias e socialização de conhecimentos, que exige propósito, entendimento, avaliação, discussão e aplicação do que se lê.
Assim sendo, repassamos à Equipe responsável pela Coordenação do Seminário a condução das atividades, na certeza de que teremos um evento enriquecido pelas releituras dos conteúdos estudados e pelo estabelecimento da responsabilidade e competência dos participantes.
Muito obrigada e bom trabalho!

CONCLUSÃO DO SEMINÁRIO

É imprescindível reconhecer a importância da realização deste seminário na medida em que se instituiu oportunidade de aprendizagem sobre como organizar um estudo em grupo e/ou um seminário e construiu conhecimentos importantes sobre a leitura e o ato de estudar na universidade.
Os estudos pontuaram o reconhecimento de que o ato de estudar exige do universitário o desenvolvimento do espírito científico e a prática dos trabalhos técnicos através de estudos sistemáticos e eficientes, conseguidos com métodos e técnicas adequadas que, para Severino (2002) evolui nas fases de trabalhador intelectual, pesquisador e autor. Como instrumentos de aquisição do conhecimento ratificou-se a aquisição de livros e revistas especializadas, visitas a bibliotecas e sites especializados. A grande conquista será a autonomia dos estudos, através da organização do tempo, programação das atividades e respeito aos direitos autorais da produção intelectual.
O ato de estudar a palavra escrita deve excluir a posição passiva de ter o texto como o fim da leitura, mas assumi-lo como mediatizador das relações leitor-mundo. A análise das posturas do leitor na prática de ler: leitor objeto ou leitor sujeito, nos fez concluir que estudar é enfrentar, direta ou indiretamente a realidade para compreendê-la e elucidá-la, numa relação rica e direta do sujeito com o objeto de conhecimento, que deve ser crítica posto que a a-crítica, favorece ao verbalismo e não colabora com o discernimento sobre a duplicidade do ato de estudar. No ato de ser sujeito da leitura, destacou-se a soberania da compreensão (processo integrativo de conhecimentos) sobre a memorização, a atitude básica de avaliar o que lê a partir do critério de julgamento da “compatibilidade da expressão com a realidade expressada” (LUCKESI, 1995) e ter atitude de constante questionamento e de diálogo com o autor do texto.
O terceiro grupo destacou como considerações em torno do ato de estudar, a importância da bibliografia na disciplina, criticidade e realização dos estudos através de posturas: de sujeito crítico – adentramento do texto pela visão global, delimmitação de dimensões parciais (núcleos centrais), reflexão sobre o que lê, com sensibilidade aguda, inquietação intelectual e predisposição à busca: de enfrentamento do mundo; de familiaridade com a bibliografia específica; de relação dialógica com o autor; de humildade diante do saber e das dificuldades, numa atitude de valorizar a qualidade da leitura sobre a quantidade de material lido. Pontuou Freire (1982), que afirma “estudar não é um ato de consumir ideias, mas de criá-las e recriá-las”.
O conhecimento como compreensão do mundo e como fundamentação da ação mostrou a relação entre agir sobre a realidade e compreender o mundo para construir conhecimentos, enfrentando desafios e resistências, ratificando a reflexão como constructo do mundo e do conhecimento humano, na certeza de que “A saída da ignorância é um dos modos de libertar-nos da sujeição e processarmos a transcendência” e porque o conhecimento é social e histórico. Dessa forma ficou claro assentir que o conhecimento não pode ser utilizado como forma de opressão mas sim de libertação, porque o conhecimento é patrimônio da humanidade e deve servir para tornar as pessoas mais iguais e mais humanas.
Dentre as Diretrizes para a Leitura, Análise e interpretação de textos, a delimitação da unidade de leitura em busca totalidade de sentido, que consiste na leitura por etapas, de maneira contínua. A análise textual é tomada de contato com a unidade (visão panorâmica do raciocínio do autor): dados do autor, vocabulário (conceitos e termos), referências (fatos históricos, outros autores, e doutrinas), esquematização do texto. A análise temática refere-se à compreensão da mensagem global do texto (ouvir o autor e apreender a mensagem): o que fala o texto (ideia fiel do tema), captação da problematização e descoberta do que fala o autor sobre o tema (ideia central). Trata-se de descobrir o que o raciocínio, a argumentação do autor e as ideias secundárias. Serve de base para o resumo ou síntese de um texto. A análise interpretativa é tomar posição própria sobre as ideias, é a crítica. Interpretar a mensagem do autor, situação filosófica e influências, Pressupostos e associação de ideias, além das críticas; além da problematização e síntese pessoal (reelaboração do texto no âmbito pessoal). O resultado é a maturidade intelectual.
O grupo que trabalhou a Evolução dos conhecimentos, mostrou os tipos de conhecimento, do filosófico (Realismo e idealismo), teológico (fé), empírico (experiência) e científico (fatos estudados, fundamentado em pesquisas e práticas comprovadas por teorias – diálogo entre a prática e teoria), destacando características de cada tipo e em particular, o conhecimento científico.
A exposição do método científico e suas aplicações pontuou a inexistência da verdade absoluta e a busca do pensamento sistematizado a partir do métodos (dedutivo e indutivo) e suas técnicas, como forma de apurar o conhecimento, tornando-o mais próximo da verdade. Ficou claro que o caminho a percorrer é sistemático e profundamente analisado para ser considerado científico.
Foi importante perceber o interesse e o compromisso da maioria dos grupos em estudar, analisar, interpretar e compreender melhor os assuntos ora discutidos, cumprindo com as tarefas dadas e ampliando os fazeres: buscando vídeos, entrevistas, etc.. Quanto às dificuldades mais específicas serão trabalhadas com os grupos mais especificamente.
Vocês sairão daqui mais fortalecidos pelos conhecimentos construídos e farão cada vez melhor um seminário, um estudo de grupo, uma leitura, uma interpretação ou análise de textos, livros, vídeos, filmes....da vida! Também não aceitarão de si nem de ninguém que faça diferente, posto que sabem o jeito certo de fazer. Também não valorizarão doravante a omissão, que não é democrática nem acrescenta saberes.
Parabéns a todos vocês e muito sucesso nos próximos estudos.