É imprescindível reconhecer a
importância da realização deste seminário na medida em que se instituiu
oportunidade de aprendizagem sobre como organizar um estudo em grupo e/ou um
seminário e construiu conhecimentos importantes sobre a leitura e o ato de
estudar na universidade.
Os estudos pontuaram o
reconhecimento de que o ato de estudar exige do universitário o desenvolvimento
do espírito científico e a prática dos trabalhos técnicos através de estudos sistemáticos
e eficientes, conseguidos com métodos e técnicas adequadas que, para Severino
(2002) evolui nas fases de trabalhador intelectual, pesquisador e autor. Como
instrumentos de aquisição do conhecimento ratificou-se a aquisição de livros e
revistas especializadas, visitas a bibliotecas e sites especializados. A grande
conquista será a autonomia dos estudos, através da organização do tempo,
programação das atividades e respeito aos direitos autorais da produção
intelectual.
O ato de estudar a palavra
escrita deve excluir a posição passiva de ter o texto como o fim da leitura,
mas assumi-lo como mediatizador das relações leitor-mundo. A análise das
posturas do leitor na prática de ler: leitor objeto ou leitor sujeito, nos fez
concluir que estudar é enfrentar, direta ou indiretamente a realidade para
compreendê-la e elucidá-la, numa relação rica e direta do sujeito com o objeto
de conhecimento, que deve ser crítica posto que a a-crítica, favorece ao
verbalismo e não colabora com o discernimento sobre a duplicidade do ato de
estudar. No ato de ser sujeito da leitura, destacou-se a soberania da
compreensão (processo integrativo de conhecimentos) sobre a memorização, a
atitude básica de avaliar o que lê a partir do critério de julgamento da
“compatibilidade da expressão com a realidade expressada” (LUCKESI, 1995) e ter
atitude de constante questionamento e de diálogo com o autor do texto.
O terceiro grupo destacou como
considerações em torno do ato de estudar, a importância da bibliografia na
disciplina, criticidade e realização dos estudos através de posturas: de sujeito crítico – adentramento do texto
pela visão global, delimmitação de dimensões parciais (núcleos centrais),
reflexão sobre o que lê, com sensibilidade aguda, inquietação intelectual e
predisposição à busca: de enfrentamento
do mundo; de familiaridade com a bibliografia específica; de relação dialógica
com o autor; de humildade diante do
saber e das dificuldades, numa atitude de valorizar a qualidade da leitura
sobre a quantidade de material lido. Pontuou Freire (1982), que afirma “estudar
não é um ato de consumir ideias, mas de criá-las e recriá-las”.
O conhecimento como compreensão
do mundo e como fundamentação da ação mostrou a relação entre agir sobre a
realidade e compreender o mundo para construir conhecimentos, enfrentando
desafios e resistências, ratificando a reflexão como constructo do mundo e do
conhecimento humano, na certeza de que “A saída da ignorância é um dos modos de
libertar-nos da sujeição e processarmos a transcendência” e porque o
conhecimento é social e histórico. Dessa forma ficou claro assentir que o
conhecimento não pode ser utilizado como forma de opressão mas sim de
libertação, porque o conhecimento é patrimônio da humanidade e deve servir para
tornar as pessoas mais iguais e mais humanas.
Dentre as Diretrizes para a
Leitura, Análise e interpretação de textos, a delimitação da unidade de leitura
em busca totalidade de sentido, que consiste na leitura por etapas, de maneira
contínua. A análise textual é tomada
de contato com a unidade (visão panorâmica do raciocínio do autor): dados do
autor, vocabulário (conceitos e termos), referências (fatos históricos, outros
autores, e doutrinas), esquematização do texto. A análise temática refere-se à compreensão da mensagem global do
texto (ouvir o autor e apreender a mensagem): o que fala o texto (ideia fiel do
tema), captação da problematização e descoberta do que fala o autor sobre o
tema (ideia central). Trata-se de descobrir o que o raciocínio, a argumentação do
autor e as ideias secundárias. Serve de base para o resumo ou síntese de um
texto. A análise interpretativa é
tomar posição própria sobre as ideias, é a crítica. Interpretar a mensagem do
autor, situação filosófica e influências, Pressupostos e associação de ideias,
além das críticas; além da problematização e síntese pessoal (reelaboração do
texto no âmbito pessoal). O resultado é a maturidade intelectual.
O grupo que trabalhou a Evolução dos conhecimentos, mostrou os
tipos de conhecimento, do filosófico (Realismo e idealismo), teológico (fé),
empírico (experiência) e científico (fatos estudados, fundamentado em pesquisas
e práticas comprovadas por teorias – diálogo entre a prática e teoria),
destacando características de cada tipo e em particular, o conhecimento
científico.
A exposição do método científico e suas aplicações pontuou
a inexistência da verdade absoluta e a busca do pensamento sistematizado a
partir do métodos (dedutivo e indutivo) e suas técnicas, como forma de apurar o
conhecimento, tornando-o mais próximo da verdade. Ficou claro que o caminho a
percorrer é sistemático e profundamente analisado para ser considerado
científico.
Foi importante perceber o
interesse e o compromisso da maioria dos grupos em estudar, analisar,
interpretar e compreender melhor os assuntos ora discutidos, cumprindo com as
tarefas dadas e ampliando os fazeres: buscando vídeos, entrevistas, etc..
Quanto às dificuldades mais específicas serão trabalhadas com os grupos mais
especificamente.
Vocês sairão daqui mais
fortalecidos pelos conhecimentos construídos e farão cada vez melhor um
seminário, um estudo de grupo, uma leitura, uma interpretação ou análise de
textos, livros, vídeos, filmes....da vida! Também não aceitarão de si nem de
ninguém que faça diferente, posto que sabem o jeito certo de fazer. Também não
valorizarão doravante a omissão, que não é democrática nem acrescenta saberes.
Parabéns a todos vocês e muito
sucesso nos próximos estudos.